Vidroplano
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Como funciona

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Anualmente, produzimos o Panorama Abravidro, o único estudo econômico e produtivo do nosso setor no Brasil. Para ter acesso ao material, clique aqui.

Abaixo, há um resumo do trabalho, com o funcionamento da cadeia produtiva vidreira, os últimos números do segmento, além de informações sobre a história do vidro e sua chegada no Brasil.

Como funciona a cadeia produtiva vidreira

Capacidade de produção das usinas de base nacionais (t/dia)

 

Participação por produto

Fonte: Panorama Abravidro 2022

 

 

A história do vidro

Sempre que se fala na invenção dos vidros, os fenícios são os primeiros a se destacar. Diz a lenda que alguns fenícios, ao desembarcar na costa da Síria, montaram acampamento e fizeram uma fogueira sobre areia, ossos e salitre. Pouco tempo depois, um líquido brilhante escorria do fogo e se solidificava rapidamente.

Mesmo com essa história, os fenícios não devem ser os únicos a receber a glória. No Egito Antigo, arqueólogos encontraram o material nas formas de contas de vidro colorido, colares, brincos e frascos soprados.

Na definição internacional, vidro é “um produto inorgânico, de fusão, que foi resfriado até atingir a rigidez, sem formar cristais”.

Na verdade, não importa a verdadeira nacionalidade dos descobridores e sim a descoberta.

As primeiras técnicas utilizadas em vidro eram extremamente primitivas. Com o tempo, outras foram surgindo. Por volta de 200 a. C, uma das técnicas mais utilizadas fazia uso de uma vara ou cana de sopro. Essa prática foi uma das responsáveis pelo grande avanço e aperfeiçoamento das indústrias vidreiras.

O passar do tempo fez com que os vidraceiros fossem descobrindo novas possibilidades na fabricação do vidro. Depois da “inovação” do vidro oco (soprado), vieram os vidros planos, usados principalmente para vitrais de igrejas e catedrais.

No século 12, na época das Cruzadas, em Veneza, na Itália, Murano (ilha próxima de Veneza) se tornou a grande fabricante de vidros, com diversos tipos de composição. Murano alcançou fama mundial nos cristais e espelhos que fabricava.

Na Renascença (século 17), houve uma queda na produção vidreira. Artesãos italianos migraram para a Alemanha e começaram a fabricar um vidro de cor esverdeada. No final do século 18, a França também aprimorou as técnicas que usava. O rei Luís XIV e o ministro Colbert reuniram alguns dos melhores mestres na arte do vidro e montaram uma empresa, a Saint Gobain – atualmente, é uma das mais importantes companhias privadas do mundo.

O começo do século 20 foi de grandes descobertas. O belga Émile Fourcault inventou um processo mecânico responsável por estirar a massa do vidro. O método utilizava pinças, que suspendiam a massa, de forma que ficasse verticalmente a quase 20 m de altura para receber o corte. Ainda a partir do século 20, a indústria vidreira se desenvolveu com a introdução de fornos contínuos e equipamentos semi ou totalmente automáticos.

As décadas de 1930 e 1940 foram destaque no século passado, quando os grandes fabricantes empregaram o método Libbey-Owens, indicado para a produção dos vidros estirados pela facilidade no manejo e precisão de corte.

A história do vidro caminhou a passos largos para a fabricação dos vidros planos, com desenvolvimento e técnicas científicas de novos processos.

Os primeiros pedaços de vidro chegaram ao Brasil por meio de Pedro Álvares Cabral, em 1500, que presenteou os índios com colares e rosários. Depois, em 1549, Tomé de Souza utilizou o escambo com os indígenas: trocou um lote de espelhos por pau-brasil.

Entre 1624 e 1635, os invasores holandeses entraram em Pernambuco e quatro artesãos abriram a primeira oficina de vidro, fabricando copos, frascos e janelas. Entretanto, a saída dos holandeses do País fez com que a oficina fechasse.

Desde então, muito tempo se passou para que o vidro voltasse a ter origem brasileira. A chegada da Família Real, em 1808, desencadeou a produção de muitas coisas antes desconhecidas no País ou importadas. Em 1810, Francisco Ignácio da Siqueira Nobre recebeu uma carta-autorização do regente D. João e pôde inaugurar a primeira produtora vidreira no Brasil, a Real Fábrica de Vidros da Bahia, em Salvador, que durou até 1825.

Em 1861, na 1ª Exposição Nacional de Produtos Naturais e Industriais, o vidro apareceu em forma de garrafas, frascos e globos para lampiões. Pouco tempo depois, em 1882, foi criada a segunda indústria brasileira de vidros, a Fábrica Esbérald – Companhia Fábrica de Vidros e Crystaes, produtora de embalagens. Em 1885, São Paulo ganhou a Companhia Vidraria Santa Marina. As duas fábricas deram início ao sucesso absoluto do vidro.

Depois de 57 anos, um empresário português fundou a Companhia Vidreira Nacional, a Covibra. Ao mesmo tempo, a Santa Marina criou a Companhia Paulista de Vidro Plano (CPVP), que acabou se tornando parceira da Covibra, para diminuir a concorrência. Mais tarde, a junção das duas empresas resultou na criação das Indústrias Reunidas Vidrobrás, no início da década de 1950.

No início da década de 1950, começaram a surgir as primeiras grandes empresas vidreiras no País, como a Sebastião Pais de Almeida, que controlou cerca de 60% da distribuição nacional. Os anos 1950 marcaram a grande demanda de vidro na indústria moveleira e na construção civil.

Em 1951, entrou em funcionamento a pequena Santa Lúcia Cristais. Dez anos depois, a fábrica inaugurou a filial Vidros Blindex. Em 1962, a Santa Lúcia começou a operar no interior de São Paulo, em Caçapava, com a Companhia Produtora de Vidro (Providro).

No início da década de 1960, eram três os principais fabricantes de vidros: a Providro, a Santa Marina e a UBV (União Brasileira de Vidros), empresa paulista criada em 1957. Essas empresas dominaram o setor até meados de 1980.

Juntas, a inglesa Pilkington e a francesa Saint-Gobain criaram, em 1974, no Estado de São Paulo, a Cebrace. Hoje, a joint venture tem fábricas nas paulistas Caçapava e Jacareí, além de Barra Velha, Santa Catarina.

Em 1998, a multinacional americana Guardian se instalou em Porto Real, Rio de Janeiro. Posteriormente, a companhia criou uma unidade fabril em Tatuí.

Em 2013, outra multinacional, a japonesa AGC, construiu sua fábrica em Guaratinguetá, São Paulo.

A Vivix, primeira fabricante com capital 100% nacional, inaugurou uma planta em Goiana, Pernambuco, no início de 2014.

Em abril de 2018, a União Brasileira de Vidros (UBV) surpreendeu o mercado anunciando o encerramento de suas atividades.

Um ano depois, em abril de 2019, a AGC acendeu seu segundo forno nacional, também em Guaratinguetá.

Hoje o Brasil tem cinco indústrias de fornecimento de vidros: AGC, Cebrace, Guardian, Saint-Gobain Glass e Vivix. Produtoras de vidros float e impresso, essas empresas são responsáveis pela fabricação de 7.530 toneladas do material por dia.

As associações
Sindicato do Comércio Atacadista de Vidros Planos, Cristais e Espelhos: criadas no decorrer da década de 1950, no Rio de Janeiro e São Paulo. Foram as primeiras atuações no Brasil em defesa do segmento de distribuição;

Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro): criada em 1962, é representante dos fabricantes de vidros em geral;

Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos (Abravidro): nascida em 1990, defende ideais, parcerias e projetos e promove eventos dentro do setor.



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